CAMPINAS - O Hospital das Clinicas da Universidade de Campinas (Unicamp) internou duas pessoas em observação como prováveis suspeitos da gripe suína nesta noite. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, eles não se encaixam nos casos suspeitos, mas apresentam febre e dores musculares e devem permanecer em observação para uma avaliação sobre evolução do quadro clínico. A notificação foi feita esta noite para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). Um dos casos é de um paciente que viajou para Orlando, nos Estados Unidos, e que manteve contato com pessoas moradoras de regiões atingidas pela gripe suína no México. Outro caso é de um homem que esteve em Cancun, no México, entre os dias 21 e 25 de abril. Os pacientes passam bem, mas, por precaução, estão isolados. O HC da Unicamp dispõe de 10 leitos preparados para dar assistência a doenças contagiosas. No Estado de São Paulo são nove unidades hospitalares com deste porte com um total de 150 leitos. Os quartos para receber os pacientes têm um sistema de descompressão de ar e impedem contato com a área exterior. Já temos um esquema montado e estamos preparados. Não é um momento de pânico - afirmou, o secretario de saúde de Campinas (SP) acrescentando que este momento do ano, com a troca de estação, é comum a ocorrência de resfriado e gripe. Viracopos: A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, acrescentou que os funcionários do Aeroporto Internacional de Viracopos receberam orientações atualizadas sobre a gripe suína e quais procedimentos adotar se houver alguma ocorrência. Há um plano de contingência para isolar um suspeito da doença - disse. De acordo com ela, o risco em Viracopos está nos vôos oriundos de países com casos confirmados de gripe suína. Viracopos, apesar de não costumar receber vôos internacionais, é utilizado como pista de pouso para aeronaves desviadas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Outro ponto preocupante é o fato de Viracopos ser um terminal com grande movimentação de mercadoria importada.
RIO - Numa força-tarefa semelhante às épocas de epidemia de dengue, os governos municipal, estadual e federal criaram terça-feira o Gabinete Integrado de Emergência para a Influenza Suína, mas apenas 10 leitos puderam ser disponibilizados de imediato num dos três hospitais sentinelas selecionados para isolar pacientes suspeitos de terem sido contaminados pela gripe suína. Para que o governo consiga aumentar o número de vagas, as cirurgias eletivas (que não têm urgência) já estão sendo adiadas. O governador Sérgio Cabral disse que o Rio – maior porta de entrada do país no exterior – terá como principal problema montar uma ampla rede de proteção, uma vez que não há conexões aéreas diretas entre Rio e México. Dez leitos com isolamento respiratório já foram disponibilizados no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Ipec/Fiocruz) para receber pacientes com suspeita da doença. Doentes que atualmente ocupam outros 20 leitos do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastiäo (IEISS) começam a ser gradativamente transferidos para hospitais das redes municipal, estadual e federal. As três esferas de poder se comprometeram a liberar duas vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais das redes para que os pacientes do IEISS sejam transferidos e o instituto transforme-se em hospital sentinela. O mesmo deverá acontecer com outras 40 vagas do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Neste momento, as UTIs estão ocupadas com traumas ou pós-operatórios. Vamos ter de retardar cirurgias eletivas – explicou o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes. – Se houver necessidade, mais leitos já estão sendo preparados. Ninguém precisa ir a busca de medicamos ou usar máscaras, pois ainda não temos nenhum caso confirmado. Entre as medidas adotadas pelo Gabinete está ainda a disponibilização de duas ambulâncias exclusivas para transferência de possíveis pacientes do Aeroporto do Galeão para um dos três hospitais sentinelas. As equipes terão de usar máscaras com filtros para tratar os pacientes. Além disso, equipes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde foram enviadas aos portos e aeroportos para reforçar a fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os profissionais de saúde também estão sendo capacitados para melhor diagnosticarem a doença por meio da realização de teleconferências com agentes de todo o estado. Os centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do estado e do município atuarão em regime integrado de 24 horas recebendo informações dos hospitais da rede municipal, estadual, federal e particular. Diagnóstico difícil: O superintendente estadual de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Victor Berbara, destacou a dificuldade em se diferenciar a nova doença de uma gripe comum. É um trabalho de sensibilidade acurado, por isso estamos enviando técnicos aos portos e aeroportos – comentou. – Estamos seguindo à risca as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde. O governador Sérgio Cabral mostrou-se preocupado com a fiscalização. O problema maior do Rio é de controle, pois não temos conexões diretas com México, o que nos obriga a ter uma ampla rede de proteção – comentou. – O mundo inteiro está preocupado. Nós também já estamos tomando iniciativa, que deve ser integrada aos municípios e ao governo federal.
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