Cairo, Egipto (PANA) - As autoridades egípcias continuaram o abate de porcos segunda-feira, apesar da reprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas que declararam não haver nenhuma ligação entre o consumo da sua carne e o contágio da gripe Porcina. A operação de abate não decorre, contudo num clima sereno, pois milhares de criadores de porcos continuam a denunciar a medida, já que a OMS minimizou a responsabilidade destes animais pela propagação da doença. Domingo, centenas de criadores de porcos envolveram-se em confrontos com elementos da Polícia quando o abate começou, resultando no ferimento de 15 pessoas e na detenção de oito outras. Vários criadores tentam igualmente esconder o seu gado na preocupação de preservar a sua atividade. O Ministério da Saúde prometeu indenizar os criadores nesta operação, mas, tendo em conta promessas similares não honradas pelo Governo durante a epidemia da gripe aviária, os criadores tornaram-se cépticos. Na localidade de Moqattam situada nos arredores do Cairo, a população lançou pedras e garrafas à Polícia, que reagiu com disparos de granadas lacrimogêneas e balas de borracha. O Governo egípcio pretende exterminar os porcos do país, medida que, de acordo com os peritos das Nações Unidas, não é necessária. No Egito, os porcos pertencem essencialmente à minoria cristã para quem o abate dos porcos só faz inflamar as paixões religiosas, enquanto as autoridades afirmam tratar-se uma "medida preventiva contra a entrada da gripe Porcina no território nacional". Até agora, ainda não foi notificado nenhum caso de gripe suína no Egito. Surgida no México, onde ela fez uma centena de mortos, a epidemia da gripe suína continua a propagar-se pelo Mundo, com um primeiro morto nos Estados Unidos e novos casos confirmados na Europa.
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