SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - 05/05/2009
Redes de articulação intersetorial são fundamentais no combate à dengue. Doenças permanecentes como a dengue exigem, para seu enfrentamento, o trabalho articulado em rede, envolvendo diversos setores além da saúde. “É preciso pensar de forma integrada, para que as soluções venham também de forma integrada”, resumiu a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Lorene Louise Pinto. Ela participou, junto com a professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBa, Ana Luísa Vilas Boas, e Caroline Duarte, da Diretoria de Atenção Básica da Sesab, da mesa “Redes integradas de atenção à saúde e intersetorialidade: o combate à dengue e outros desafios”. A mesa aconteceu hoje (terça, 5), durante a I Mostra Estadual de Saúde da Família, que prossegue até esta quarta-feira (6) no Centro de Convenções. Segundo Lorene, as ações integradas, do combate ao vetor da dengue (mosquito Aedes aegypti) à assistência ao paciente, passando por educação em saúde, comunicação e mobilização social, devem ser permanentes, assim como a capacitação dos recursos humanos. A assistência em saúde, em particular, deve ser integrada à Atenção Básica. “A Atenção Básica é um espaço do cuidado em saúde e a Vigilância envolve ações transversais, que vão da prevenção à UTI. A vigilância em saúde na Atenção Básica demanda equipes multiprofissionais e a integralidade das práticas e integração dos serviços”, disse a superintendente. A intersetorialidade é a articulação entre sujeitos de setores sociais diversos e, portanto, de saberes, poderes e vontades diversos, para enfrentar problemas complexos. É uma nova forma de trabalhar, de governar e de construir políticas públicas que pretende possibilitar a superação da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais para produzir efeitos mais significativos na saúde da população. O conceito rompe o isolamento do setor saúde, contemplando ações e intervenções em aliança com outros setores (como educação, por exemplo) que elaboram e programam políticas públicas. “São ações mobilizadoras e articuladoras de práticas e projetos entre o setor saúde e os demais setores no planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de intervenções”, definiu a professora Ana Luísa, que falou sobre “Ação intersetorial: o desafio da integração de políticas e práticas setoriais para enfrentar os problemas (complexos) da saúde”. A comunicação, fundamental nesse processo de articulação, é um desafio e ainda tem muito que avançar, na visão de Caroline Duarte. Ela citou, como exemplo, a falta de articulação entre a equipe de Saúde da Família, o hospital e o gestor. “Nem sempre há espaço para sentar e conversar, e as próprias equipes nem sempre conversam entre si”. Vencendo a dengue: Ainda segundo a técnica Caroline Duarte, esse contato entre equipes de Saúde da Família, hospitais, pronto atendimentos, gestores e a parceria com setores como escolas, universidades, centros de assistência social é condição indispensável para vencer doenças como a dengue. “Pensando no papel da Atenção Básica, a Unidade de Saúde da Família está inserida em um território vivo e sua equipe é composta por membros da própria comunidade. “O sentido de apostar na Equipe de Saúde da Família é que 85% dos problemas da saúde podem ser resolvidos na Atenção Básica”. No caso da dengue, diz Caroline, “todo mundo se qualifica para equipar urgências e emergências, e tem mesmo que fazer isso. Mas, até quando se vai ficar de ano em ano com ações pontuais?”, indagou. “Não temos previsão de quando não se terá mais a dengue. Na década de 1980, pensávamos que, no ano 2000, estariam resolvidas doenças como tuberculose e hanseníase. Mas elas permanecem”, complementou Lorene Pinto, superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde. Caroline Duarte anunciou um curso de educação a distância sobre dengue, que visa ampliar a capacidade dos trabalhadores de Atenção Básica para o cuidado com pacientes suspeitos ou confirmados de dengue. A inscrição será feita pelos secretários municipais de Saúde ou Diretorias Regionais de Saúde, que deverão encaminhar ofício à Escola Estadual de Saúde Pública (EESP) com nome e e-mail dos trabalhadores a serem cadastrados. Acolhimento do usuário, manejo clínico, linha de cuidado (organização na rede de serviços), prevenção, medidas de controle e outras informações serão transmitidas no curso, que terá carga horária de 12 horas e começará à medida que os cadastros forem sendo feitos.
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