Informe Técnico sobre a gripe causada pelo novo vírus Influenza A/H1N1
DOCUMENTO PARA COMUNIDADE MÉDICA
Coordenação:
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
Associação Médica Brasileira (AMB)
Apoio e participação:
Comitê Científico de Influenza/Gripe da SBI
Sociedade Paulista de Infectologia (federada da SBI)
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT)
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecção e
Epidemiologia Hospitalar (ABIH)
Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem (SBMV)
Associação Panamericana de Infectologia (API)
São Paulo, maio de 2009
Informe Técnico: Gripe causada pelo novo vírus Influenza A/H1N1 (COMUNIDADE MÉDICA) 2
INTRODUÇÃO: A gripe causada pelo novo vírus Influenza A/H1N1 (inicialmente chamada degripe suína) é uma doença transmitida de pessoa a pessoa através de
secreções respiratórias, principalmente por meio da tosse ou espirro de
pessoas infectadas. A transmissão pode ocorrer quando houver contato
próximo (aproximadamente um metro), principalmente em locais fechados, com
alguém que apresente sintomas de gripe (febre, tosse, coriza nasal, espirros,
dores musculares). Caso ocorra transmissão os sintomas podem iniciar no
período de 3 a 7 dias após o contato. Não há registro de transmissão da
Influenza A/H1N1 para pessoas por meio da ingestão de carne de porco e
produtos derivados. Este novo vírus não resiste a altas temperaturas (70ºC).
1 – DEFINIÇÃO DOS CASOS
1.1 – Caso em MONITORAMENTO
São considerados casos em monitoramento aqueles procedentes do
exterior, com febre não medida E tosse, podendo ou não ser
acompanhada dos demais sintomas referidos na definição de caso
suspeito.
1.2 – Caso SUSPEITO
Apresentar febre alta de maneira repentina (> 38ºC) E tosse podendo
ser acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de
cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória E
a. Ter apresentado sintomas até 10 dias após voltar de viagens ao
exterior, de países que reportaram casos pela Influenza A(H1N1).
OU
b. Ter tido contato próximo1, nos últimos 10 dias, com uma pessoa
classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo
subtipo de Influenza A(H1N1).
2 – RECOMENDAÇÕES GERAIS E PARA USO DE MÁSCARAS EM
AMBIENTE COMUNITÁRIO
2.1 – Indivíduos saudáveis assintomáticos
Manter distância de no mínimo um metro de qualquer indivíduo com
sintomas de gripe, e:
Evitar levar as mãos à boca e ao nariz.
1 Contato próximo: cuidar, conviver ou ter contato direto com secreções respiratórias ou fluidos corporais de um caso
suspeito.
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Higienizar as mãos com freqüência, utilizando água e sabão ou
soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou
superfícies potencialmente contaminadas.
Reduzir o máximo possível o tempo de contato com pessoas
potencialmente doentes.
Reduzir o máximo possível a permanência em ambientes com
aglomeração de pessoas.
Nos ambientes que estiver frequentando, melhorar o fluxo de ar,
abrindo as janelas por exemplo.
Fora do ambiente de serviços de saúde, não há evidências que demonstrem
benefícios do uso de máscaras cirúrgicas ou respiratórias para a proteção
contra a exposição ao vírus em ambientes abertos.
Se optar por utilizar máscara, o uso adequado das mesmas segue os
seguintes parâmetros:
Colocar a máscara cuidadosamente para cobrir a boca e o nariz e
ajuste-a corretamente para melhor adaptação ao formato do
rosto.
Evitar tocar na máscara durante o seu uso. Se tocar na máscara,
para removê-la, por exemplo, higienizar as mãos utilizando água e
sabão ou soluções alcoólicas.
Trocar a máscara quando apresentar umidade.
Utilizar máscara isoladamente, sem seguir as recomendações
descritas acima, não garante proteção.
2.2 – Indivíduos com sintomas respiratórios (febre, tosse, dor de
cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória)
Higienizar as mãos com freqüência, utilizando água e sabão ou
soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou
superfícies potencialmente contaminadas, principalmente após
tossir ou espirrar
Cobrir o rosto (boca e nariz) quando tossir ou espirrar
Permanecer em casa durante dez dias, utilizando máscara
cirúrgica descartável
Reduzir contatos sociais desnecessários
Mensurar a temperatura três vezes ao dia
Ficar atento para o surgimento de febre 38º C e tosse
Procurar imediatamente serviço de saúde de referência para
avaliação se os sintomas acima persistirem
2.3 – Profissionais de Saúde
Para os pacientes com sintomas respiratórios que procuram as
Unidades Básicas de Saúde (UBS), pronto socorros ou consultórios
médicos:
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Deve-se oferecer a máscara cirúrgica e orientá-los a permanecer
utilizando a máscara até receber orientação médica para retirá-la,
se for o caso.
Orientar a higienização das mãos com freqüência, utilizando água
e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e
nariz ou superfícies potencialmente contaminadas, prinicpalmente
após tossir ou espirrar
Disponibilizar álcool líquido à 70% e papel toalha para a
higienização da bancada e demais superfícies após o
atendimento do paciente suspeito.
Quem deve utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI): máscara
respiratória, avental com abertura para trás, gorro, óculos de proteção e
luvas de procedimentos:
a) Os profissionais de saúde devem utilizar máscara de proteção
respiratória que apresenta eficácia mínima de filtração de 95% das
partículas dispersas (máscaras do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou
PFF3) quando:
Entrar em quarto com paciente com diagnóstico ou suspeita de
infecção pelo novo vírus influenza A/H1N1.
Estiver trabalhando a distância inferior a um metro do paciente cm
diagnóstico ou suspeita de pelo novo vírus influenza A/H1N1.
Atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol.
Exemplos: entubação, aspiração nasofaríngea, cuidados em
traqueostomia, fisioterapia respiratória, broncoscopia, autópsia
envolvendo tecido pulmonar e coleta de espécime clínico para
diagnóstico etiológico da influenza. Os procedimentos com
geração de aerossol devem ser realizados apenas em áreas
restritas, sem a presença de outros pacientes e com equipe de
saúde reduzida.
A máscara deve ser corretamente utilizada, cobrindo a boca e o
nariz e ajustando-a corretamente para melhor adaptação ao
formato do rosto.
b) Todos os profissionais de saúde que prestam assistência ao
paciente, tais como: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem, fisioterapeutas, os profissionais do Centro de Material e
Esterilização (CME) e lavanderia (área suja), durante manipulação de
artigos ou roupas/tecidos provenientes de paciente com influenza
suspeita ou confirmada.
c) Toda a equipe de suporte, incluindo pessoal de limpeza e nutrição.
d) Todos os profissionais de laboratório, durante coleta, transporte e
manipulação de amostra de paciente com influenza suspeita ou
confirmada.
e) Familiares e visitantes que tenham contato com o paciente.
O uso da máscara incorretamente poderá aumentar o risco de
transmissão ao invés de reduzi-lo.
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3 – PROCEDIMENTOS
3.1 – Profissionais de Saúde
3.1.1 Procedimentos em relação aos casos suspeitos
Uma vez atendida a definição de caso suspeito, contatar o CVE
local se houver em sua cidade e encaminhar para o Hospital de
Referência (veja link ao final do documento).
É importante anotar as informações do paciente, tais como: nome,
endereço, telefone, e-mail para fácil localização, caso o paciente
não se apresente ao Hospital de Referência.
Notificar imediatamente os casos suspeitos (conforme Portaria
SVS/MS – Nº 05/2006) à Secretaria de Saúde Municipal e/ou
Estadual. Encontra-se disponível a notificação eletrônica pelo email:
notifica@saude.gov.br
Realizar busca ativa de contatos dos casos suspeitos;
Qualquer dúvida, deve-se ligar para o Disque Central Médica
do Centro de Vigilância Epidemiológica – 0800 555466
3.1.2 Procedimentos em relação aos casos em monitoramento
Notificar imediatamente os casos que se enquadrem nos critérios
de casos em monitoramento (conforme Portaria SVS/MS –
No.05/2006) à Secretaria de Saúde Municipal e/ou Estadual.
Encontra-se disponível a notificação eletrônica pelo e-mail:
notifica@saude.gov.br
Coletar amostras de sangue e de secreção respiratória, se
disponível, segundo protocolo de investigação epidemiológica.
(conferir no link
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/protocolo09_gripeA_I
AL.pdf)
Não é recomendada a internação hospitalar e tampouco o
tratamento específico antiviral contra o novo vírus Influenza
A(H1N1) nesta fase de investigação.
Adotar quarentena domiciliar voluntária e:
Utilizar máscara cirúrgica descartável.
Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso
pessoal.
Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
Lavar as mãos freqüentemente com água e sabão,
especialmente depois de tossir ou espirrar.
Manter o ambiente ventilado.
Evitar contato próximo com pessoas.
Adotar monitoramento clínico diário até o 10º dia do início dos
sintomas, conforme protocolo de investigação epidemiológica. Até
esse período:
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Caso apresente os sintomas de acordo com a definição de
caso suspeito considerar como caso suspeito.
Caso não apresente os sintomas de acordo com a definição
de caso suspeito ou tiver outro diagnóstico, considerar
descartado.
4 – DIAGNÓSTICO
Atualmente o diagnóstico do novo vírus Influenza A/H1N1 é realizado através
do teste de Imunofluorescência indireta (IFI), seguido da reação em cadeia pela
polimerase (PCR), específica para este novo vírus, que permite caracterizar
casos altamente suspeitos.
Testes comerciais rápidos para identificação do vírus Influenza A e B em
secreções respiratórios não permitem a confirmação diagnóstica do novo vírus
Influenza A/H1N1, portanto não devem ser utilizados para esta suspeita
diagnóstica.
5 – TRATAMENTO
Não é recomendada a prescrição de medicamentos sintomáticos e a
automedicação deve ser desencorajada. O uso de medicamentos antivirais
também não é recomendado, sendo restrito para o tratamento de pacientes nos
Hospitais de Referência. O uso indiscriminado de antivirais pode induzir
resistência rapidamente.
6 – OUTRAS INFORMAÇÕES
Disque Saúde: 0800-61-1997
Sites oficiais nacionais:
Ministério da Saúde
www.saude.gov.br
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS)
www.saude.gov.br/svs
Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de
Estado da Saúde/SP
www.cve.saude.sp.gov.br
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
www.anvisa.gov.br
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
www.agricultura.gov.br
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Sites oficiais internacionais:
Organização Mundial da Saúde (em inglês)
http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html
Organização Panamericana de Saúde (em espanhol)
http://new.paho.org/hq/index.php?lang=es
Governo dos Estados Unidos da América (em inglês)
http://www.cdc.gov/swineflu/?s_cid=swineFlu_outbreak_001
Governo dos México (em espanhol)
http://portal.salud.gob.mx/
Endereços com informações específicas:
Portal sobre Influenza do Ministério da Saúde
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area
=1534
Informações aos viajantes na Anvisa
http://www.anvisa.gov.br/viajante
Plano de Preparação para o Enfrentamento da Pandemia de
Influenza (Nota Técnica – Influenza A(H1N1) / Ministério da Saúde)
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_flu_final.pdf
Documento elaborado pela equipe técnica:
Dra. Clarisse Martins Machado – Comitê Científico de Influenza/Gripe – SBI
Dra. Gerusa Maria Figueiredo – Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo
Dra. Marta Heloísa Lopes – Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Dr. Mauro José Costa Salles – Sociedade Brasileira de Infectologia
Dra. Nancy Cristina Junqueira Bellei – Comitê Científico de Influenza/Gripe – SBI
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ANEXO: FLUXOGRAMA DE TRIAGEM E AVALIAÇÃO DE CASO
E
(1) CLÍNICO
Apresentar febre alta de maneira repentina (> 38ºC) E tosse podendo estar acompanhadas de um ou
mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade
respiratória.
(2) EPIDEMIOLÓGICO
Ter apresentado sintomas até 10 dias após voltar de viagens ao exterior, principalmente depois de
sair de países que reportaram casos pela Influenza A(H1N1) OU ter tido contato próximo1, nos
últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo
subtipo de Influenza A(H1N1).
Conduzir o caso habitualmente
• Ligar primeiro para o telefone 0800 555466
para encaminhamento a um hospital de
referência;
• Anotar dados do paciente;
• Notificar imediatamente os casos suspeitos
à Secretaria de Saúde Municipal e/ou
Estadual pelo telefone 0800 555466 OU
pelo e-mail: notifica@saude.gov.br
Não Sim
O paciente DEVE preencher as condições das caixas 1 e 2 abaixo:
Qualquer dúvida ligue para o Disque Central Médica
do Centro de Vigilância Epidemiológica – 0800 555466
- Ministério da Saúde
www.saude.gov.br
- Secretaria de Vigilância em Saúde
www.saude.gov.br/svs
- Organização Mundial da Saúde (em inglês)
http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html
- Organização Pan-americana de Saúde (em espanhol)
http://new.paho.org/hq/index.php?lang=es
- Governo dos Estados Unidos da América (em inglês)
http://www.cdc.gov/swineflu/?s_cid=swineFlu_outbreak_001
- Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde/SP
www.cve.saude.sp.gov.br
1 Contato próximo: cuidar, conviver ou ter contato direto com secreções respiratórias ou fluidos corporais de um caso suspeito.
sábado, 25 de julho de 2009
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gostei muito da materia de voçes.e bem esclaresida e uma forma de se aprender,como se prevenir dessa praga mundial. eu acho que,falta responsabilidade dos politico seja municipal ou estadual ou seja federal...politicos acordem...
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